Perguntas Frequentes sobre a Compra, Venda e Documentação de Imóveis (FAQ)

Navegue pelos tópicos abaixo para encontrar respostas para as dúvidas mais comuns sobre o mercado imobiliário no Vale do Ribeira. Se preferir, nossa assistente Ana também pode ajudar!


Processo de Compra e Venda e Financiamento de Imóveis Rurais

Como é o processo de compra de um imóvel rural?

O processo de compra de um imóvel rural é similar ao urbano, mas com etapas extras de checagem de documentos e de regularização. A ordem geralmente é a seguinte:
1. Encontrar o Imóvel: Pesquisa e visitas.
2. Negociação e Proposta: Acordo sobre o preço e as condições de pagamento.
3. Análise de Documentação: Esta é a etapa mais crítica. Um advogado ou corretor especializado deve analisar todos os documentos do imóvel e do proprietário (ITR, CCIR, CAR, matrícula, etc.).
4. Assinatura do Contrato de Compra e Venda: Formalização do acordo.
5. Obtenção do Financiamento: Se for o caso, a aprovação do crédito e a liberação do dinheiro pelo banco.
6. Assinatura da Escritura Pública: O documento que transfere a propriedade. É feita em cartório.
7. Registro no Cartório de Imóveis: O novo proprietário é registrado na matrícula do imóvel, finalizando a compra.

Qual a principal diferença entre comprar um imóvel rural e um imóvel urbano?

A principal diferença está na documentação e na legislação. Enquanto os imóveis urbanos são regidos pelo Plano Diretor e pelo Código Civil, os imóveis rurais têm uma série de documentos e regras específicas. A compra de um imóvel rural envolve a regularização em órgãos como o INCRA e a Receita Federal, além de requisitos ambientais.

Quais são os documentos essenciais de um imóvel rural?

Para garantir uma compra segura, você deve verificar, no mínimo, a seguinte documentação:
Matrícula do Imóvel: O registro mais importante, que detalha a área, os proprietários e o histórico de transações e pendências.
ITR (Imposto Territorial Rural): Comprovante de que o imóvel está com os impostos rurais em dia.
CCIR (Certificado de Cadastro de Imóvel Rural): Emitido pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). É a prova de que o imóvel está cadastrado no órgão e com a situação cadastral regularizada.
CAR (Cadastro Ambiental Rural): Um registro obrigatório para todas as propriedades rurais. Ele serve para controlar e monitorar a área e é fundamental para a licença ambiental.
Georreferenciamento: A medição e a delimitação precisa das coordenadas geográficas da propriedade. É obrigatório para imóveis rurais com área acima de 100 hectares, mas é altamente recomendado para qualquer tamanho.

O que é o INCRA e por que ele é importante?

O INCRA é o órgão do governo responsável pela política agrária e pela regularização de terras no Brasil. É ele quem emite o CCIR, um documento fundamental para qualquer transação de compra e venda de imóvel rural. A falta do CCIR pode impedir o registro da propriedade no cartório.

Como funciona o financiamento para imóveis rurais?

Existem linhas de crédito específicas para imóveis rurais, como o crédito rural, oferecidas por bancos públicos e privados. As condições e as taxas de juros são diferentes do financiamento urbano e, geralmente, são voltadas para quem irá utilizar o imóvel para atividades agrícolas ou pecuárias. Os juros podem ser subsidiados e as exigências podem incluir um plano de uso da terra.

Preciso me preocupar com questões ambientais?

Sim, e muito. A legislação ambiental brasileira é rigorosa em relação às propriedades rurais. A compra de um imóvel com passivos ambientais (como áreas de desmatamento ilegal, falta de mata ciliar ou nascentes assoreadas) pode trazer grandes problemas e multas. É crucial verificar o CAR e, se possível, contratar um profissional especializado em consultoria ambiental.

Qual a importância do georreferenciamento?

O georreferenciamento é o mapeamento exato da propriedade rural. Ele evita conflitos de divisa com os vizinhos e garante que a área registrada no cartório corresponde à área real do terreno. É obrigatório para que a compra seja registrada. Obrigatório para todas as áreas rurais!

O que é o ITR e qual a diferença para o IPTU?

ITR (Imposto Territorial Rural): É o imposto federal que incide sobre a propriedade rural. O valor é calculado com base na área do terreno e em como a terra é utilizada.
IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano): É o imposto municipal cobrado sobre imóveis em áreas urbanas. A classificação da propriedade como rural ou urbana depende da sua localização e da finalidade do uso, mesmo que esteja próxima de uma cidade.

É seguro comprar um imóvel rural sem a ajuda de um corretor especializado?

Não é recomendado. Devido à complexidade da documentação e das leis específicas, um Corretor de Imóveis rurais ou um advogado especializado em direito agrário é essencial. Eles podem verificar a situação do imóvel junto ao INCRA, à Receita Federal e aos órgãos ambientais, evitando problemas futuros.

Como funciona o financiamento de imóvel rural?

Diferente do financiamento urbano, que é voltado para moradia, o financiamento rural é focado em atividades econômicas. Os bancos oferecem linhas de crédito específicas para:
Crédito de Custeio: Para financiar a produção, como compra de sementes, fertilizantes, etc.
Crédito de Investimento: Para adquirir maquinário, construir benfeitorias ou, em alguns casos, financiar a compra da terra.
Crédito de Comercialização: Para apoiar a venda da produção.

O banco financia a compra da terra em si?

Sim, mas com condições específicas. Bancos como o Banco do Brasil e o BNDES possuem linhas de crédito para a compra de terras, mas geralmente exigem que o comprador apresente um projeto técnico-econômico detalhado. Esse projeto deve mostrar como a terra será utilizada para produção agrícola ou pecuária, garantindo ao banco que o financiamento será rentável e as parcelas poderão ser pagas.

Quais são as garantias exigidas pelo banco no financiamento rural?

Assim como no financiamento urbano, o próprio imóvel pode ser usado como garantia (alienação fiduciária ou hipoteca). Além disso, o banco pode exigir outras garantias, como o aval de terceiros (fiador), penhor de safras (o produto da colheita) ou a penhora de outros bens.

Posso usar o FGTS para comprar um imóvel rural?

Não. As regras do FGTS para a compra de imóveis são muito claras e se aplicam apenas a propriedades urbanas e residenciais. Ele não pode ser usado para dar entrada, abater o saldo devedor ou pagar parcelas de um imóvel rural.

Quais são os principais desafios ao financiar um imóvel rural?

Os maiores desafios são:Documentação Complexa: A falta de documentos como o georreferenciamento ou o CAR pode inviabilizar o financiamento. • Avaliação do Imóvel: A avaliação de uma propriedade rural é mais complexa do que a urbana, pois leva em conta fatores como qualidade do solo, acesso à água e viabilidade econômica. • Juros e Prazos: As condições podem ser diferentes dependendo do banco e da finalidade do crédito. É essencial pesquisar e comparar as opções de linhas de crédito rural.


Processo de compra e Financiamento de Imóveis Urbanos

Qual é o primeiro passo para comprar um imóvel?

O primeiro passo é entender a sua situação financeira. Isso inclui saber quanto você tem para dar de entrada, qual é a sua renda mensal e qual o valor total que você pode financiar. Com essas informações, você pode ter uma ideia clara do tipo e do valor do imóvel que cabe no seu orçamento.

O que é a entrada e quanto preciso ter?

A entrada é o valor que você paga diretamente ao vendedor no início do processo. Ela não faz parte do financiamento. Geralmente, as instituições financeiras pedem uma entrada de 10% a 30% do valor total do imóvel. Quanto maior a entrada, menor será o valor do financiamento e, consequentemente, o valor das suas parcelas.

O que é o financiamento imobiliário e como funciona?

O financiamento imobiliário é um empréstimo de longo prazo concedido por um banco ou instituição financeira para ajudar você a pagar o imóvel. A instituição paga o valor do imóvel ao vendedor, e você, em troca, se compromete a pagar esse valor ao banco em parcelas mensais, acrescidas de juros.

Preciso de um fiador para financiar um imóvel?

Não. Em quase todos os casos, a própria propriedade que você está comprando serve como garantia do financiamento. Ou seja, se você deixar de pagar as parcelas, a instituição financeira pode tomar o imóvel de volta.

O que são juros e por que eles são importantes?

Juros são o custo do dinheiro que o banco emprestou a você. Eles são adicionados às parcelas do seu financiamento. É por isso que o valor total que você paga ao longo do tempo é maior do que o valor original do imóvel. É essencial comparar as taxas de juros de diferentes bancos para conseguir a melhor oferta.

O que é o ITBI e quem paga?

O ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis) é um imposto municipal obrigatório para a compra e venda de imóveis. Ele é calculado sobre o valor venal (valor de mercado) ou o valor total do imóvel. A responsabilidade de pagamento é, por lei, do comprador.

Quanto tempo leva para comprar um imóvel financiado?

O tempo pode variar bastante. A fase de busca pode durar de algumas semanas a vários meses. Depois de escolher o imóvel e ter a proposta aceita, o processo de aprovação de crédito, avaliação do imóvel e registro em cartório pode levar de 30 a 90 dias ou mais, dependendo da agilidade de todas as partes envolvidas.

O que é a certidão de matrícula do imóvel?

A certidão de matrícula é como a "certidão de nascimento" do imóvel. É um documento que registra todo o histórico, como a descrição detalhada, o nome dos proprietários anteriores, as vendas e se há alguma dívida ou pendência legal (hipotecas, penhoras, etc.). É fundamental verificar a matrícula antes de fechar qualquer negócio para garantir que a propriedade está regularizada.

Qual a diferença entre corretor, construtora e imobiliária?

Corretor de imóveis: É o profissional habilitado para mediar a compra e venda de imóveis. Ele pode ser autônomo ou trabalhar para uma imobiliária.
Imobiliária: É uma empresa que trabalha com a intermediação de imóveis, com uma equipe de corretores.
Construtora: É a empresa responsável pela construção de novos empreendimentos, como prédios ou condomínios. Ela geralmente vende os imóveis diretamente ou por meio de imobiliárias parceiras.

Devo usar meu FGTS na compra do imóvel?

Sim, o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) pode ser uma excelente ferramenta para ajudar na compra. Ele pode ser usado para dar a entrada, abater ou liquidar o saldo devedor e pagar parte das prestações do financiamento, dependendo das regras estabelecidas.

É seguro comprar um imóvel direto com o proprietário, sem corretor?

É possível, mas é mais arriscado. O corretor de imóveis tem conhecimento técnico e jurídico para verificar a documentação do imóvel e do proprietário, identificar possíveis problemas e negociar de forma segura. Sem essa assistência, você pode acabar se expondo a riscos jurídicos e financeiros.

É possível comprar um imóvel rural com financiamento habitacional urbano?

Não. Os financiamentos habitacionais (como o "Minha Casa, Minha Vida" ou outros programas com juros subsidiados) são destinados exclusivamente à compra de imóveis urbanos com fins de moradia.

O que preciso para conseguir um financiamento imobiliário?

Para conseguir um financiamento, os bancos analisam sua capacidade de pagamento. Os requisitos básicos são:
• Ser maior de 18 anos ou emancipado.
• Ter renda comprovada que suporte o valor das parcelas.
• Ter um bom histórico de crédito (sem dívidas ou nome negativado).
• Apresentar os documentos pessoais e do imóvel.

Como o banco calcula o valor que posso financiar?

Geralmente, a parcela do financiamento não pode comprometer mais do que 30% da sua renda mensal bruta. Por exemplo, se você ganha R$ 5.000,00 por mês, a parcela máxima do seu financiamento será de cerca de R$ 1.500,00. O valor total do empréstimo será calculado com base nisso, somado a outros fatores como o seu score de crédito e o valor da entrada.

O que é "score de crédito" e por que é importante

O score de crédito é uma pontuação que reflete seu histórico como pagador. Ele é calculado por birôs de crédito (como Serasa e SPC) com base em como você paga suas contas (em dia ou com atraso), se tem dívidas, etc. Um score alto indica que você é um bom pagador, o que aumenta suas chances de ter o financiamento aprovado e, em alguns casos, conseguir juros melhores.

Qual é a diferença entre o Sistema de Amortização SAC e a Tabela Price?

Esses são os dois sistemas mais comuns para pagar um financiamento:
SAC (Sistema de Amortização Constante): As parcelas começam mais altas e diminuem ao longo do tempo. Você paga mais no início, mas o valor total de juros é menor.
Tabela Price: As parcelas são fixas ou têm poucas variações durante todo o contrato. Isso facilita o planejamento financeiro, mas o valor total de juros pode ser maior que no SAC.

Posso usar meu FGTS para o financiamento? Quais são as regras?

Sim, você pode! O FGTS pode ser usado para:
1. Dar a entrada do imóvel.
2. Abater o saldo devedor total.
3. Reduzir o valor das parcelas do financiamento por um período.
As regras básicas são:
• Você precisa ter pelo menos 3 anos de trabalho com carteira assinada sob o regime do FGTS (consecutivos ou não).
• Você não pode ter outro imóvel financiado em seu nome na mesma cidade ou região metropolitana.
• O imóvel a ser comprado precisa ser urbano, residencial e avaliado em até um determinado valor, dependendo das regras do governo.

O que é a alienação fiduciária?

A alienação fiduciária é a garantia mais usada nos financiamentos imobiliários. Nela, o imóvel fica em nome do banco até que a dívida seja totalmente quitada. Ou seja, você tem a posse do imóvel e pode morar nele, mas a propriedade legal é do banco. Quando você paga a última parcela, a propriedade é transferida oficialmente para o seu nome.

Quais são as taxas e custos extras além do valor do imóvel?

Além da entrada e das parcelas, prepare-se para outros custos:
ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis): Imposto obrigatório da prefeitura.
Taxas de Cartório: Custos com o registro do imóvel no seu nome.
Taxa de Avaliação do Imóvel: O banco cobra para avaliar se o imóvel realmente vale o valor que está sendo financiado.
Seguros Obrigatórios: São exigidos pelo banco (seguro de morte ou invalidez permanente e seguro de danos físicos do imóvel).
Esses custos adicionais podem somar de 4% a 8% do valor total do imóvel.


CNDs e Certidões para a Compra de Imóveis

O que são as Certidões e por que elas são tão importantes?

As certidões são documentos oficiais que atestam a situação legal de um imóvel e de seus proprietários. Elas servem para identificar pendências, dívidas ou problemas jurídicos que possam comprometer a transação. Ignorar essa etapa é o principal motivo de problemas futuros na compra de um imóvel.

Quais são as certidões necessárias para a compra de um imóvel urbano?

Para a compra de um imóvel urbano, o corretor de imóveis ou advogado irá solicitar e analisar uma série de certidões, incluindo:
Matrícula do Imóvel (Certidão de Inteiro Teor): O histórico completo do imóvel, com todos os seus proprietários anteriores e a existência de ônus, como hipotecas ou penhoras.
Certidão de Ônus Reais: Mostra se o imóvel possui alguma pendência que possa limitar o direito de propriedade, como servidões, hipotecas ou usufruto.
Certidão Negativa de Débitos (CND) de IPTU: Comprova que não há dívidas de imposto municipal pendentes sobre o imóvel.
Certidão Negativa de Débitos (CND) T: Comprova que não há dívidas de imposto municipal pendentes sobre o imóvel.
Declaração Negativa de Débitos Condominiais: Atesta que as taxas de condomínio estão em dia.
Certidões Pessoais dos Vendedores: Diversas certidões (como as de distribuição cível e criminal) que verificam se o vendedor responde a processos judiciais que possam comprometer a venda do imóvel.

E para a compra de um imóvel rural, quais certidões são exigidas?

Além de todas as certidões pessoais do vendedor mencionadas para o imóvel urbano, a compra de uma propriedade rural exige a análise de documentos específicos do campo: • Matrícula do Imóvel: Com a mesma função do imóvel urbano, mas com dados que incluem o georreferenciamento e o registro de áreas de preservação. • Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR): Emitido pelo INCRA, é a prova de que o imóvel está regularizado no órgão. • Cadastro Ambiental Rural (CAR): Comprova que a propriedade foi inscrita no sistema ambiental e, portanto, tem um plano de monitoramento ambiental. • Certidão Negativa de Débitos do Imposto Territorial Rural (ITR): Atesta que o imóvel está em dia com os impostos federais. Lembre-se: a análise detalhada de todas essas certidões é uma etapa fundamental e complexa. A responsabilidade de conduzir essa verificação é do profissional contratado para a negociação.


Perguntas Frequentes sobre Regularização de Áreas de Posse

O que é uma "área de posse"? Qual a diferença para um imóvel com escritura?

Uma área de posse é um terreno ou imóvel que alguém ocupa e utiliza, mas não tem a escritura pública e o registro no Cartório de Imóveis em seu nome. Ou seja, a pessoa tem a posse (o controle de fato sobre o bem), mas não a propriedade (o direito legal sobre ele). A regularização transforma a posse em propriedade.

PQual a forma mais comum de regularizar uma posse?

A forma mais comum de regularizar uma posse é através da usucapião. A usucapião é um direito previsto em lei que permite que alguém se torne proprietário de um bem (móvel ou imóvel) se o utilizar de forma contínua, pacífica e sem oposição de terceiros, por um determinado período de tempo.

Quais são os requisitos básicos para a usucapião?

Os requisitos podem variar dependendo do tipo de usucapião, mas os principais são:
Posse mansa e pacífica: A posse não pode ter sido obtida de forma violenta ou clandestina, e o proprietário original não pode ter se oposto a ela.
Posse contínua: A pessoa precisa ocupar o imóvel de forma ininterrupta pelo tempo exigido em lei.
"Animus domini" (Intenção de dono): O possuidor deve agir como se fosse o verdadeiro dono do imóvel, cuidando da área, fazendo benfeitorias e pagando impostos, como IPTU ou ITR.

Existem diferentes tipos de usucapião?

Sim, existem vários tipos, com prazos e requisitos diferentes. Os mais comuns são:
Usucapião Extraordinária: Exige 15 anos de posse. Não é necessário ter um documento que comprove a posse (como um contrato de compra e venda informal). O prazo pode ser reduzido para 10 anos se a pessoa tiver moradia no local ou tiver feito obras de caráter produtivo.
Usucapião Ordinária: Exige 10 anos de posse. Requer que a pessoa tenha um "justo título" (um documento que, em tese, a tornaria proprietária) e boa-fé. O prazo pode ser reduzido para 5 anos se o imóvel for adquirido de forma onerosa.
Usucapião Especial Urbana: Exige 5 anos de posse ininterrupta de uma área de até 250 m² na cidade, utilizada para moradia. O possuidor não pode ter outro imóvel urbano ou rural em seu nome.
Usucapião Especial Rural: Exige 5 anos de posse de uma área de terra rural de até 50 hectares, onde o possuidor e sua família a tornaram produtiva e a transformaram em sua moradia.

Como iniciar o processo de usucapião? Judicial ou Extrajudicial?

O processo pode ser feito de duas formas: • Usucapião Judicial: É o método tradicional, feito com a ajuda de um advogado e tramita na Justiça. É mais demorado, mas é a única opção se houver conflito ou se os vizinhos (confrontantes) não concordarem com o processo.
Usucapião Extrajudicial: É um método mais rápido, feito diretamente em Cartório de Notas e de Registro de Imóveis. Exige a presença de um advogado e o acordo de todos os vizinhos. É ideal quando não há conflitos.

Quais documentos preciso para regularizar uma área de posse?

A documentação é a parte mais importante. Os principais documentos são:
Documentos pessoais: RG, CPF, comprovante de residência.Documentos que comprovem a posse: Contratos de compra e venda informais, recibos, comprovantes de pagamento de IPTU/ITR e contas de água/luz em seu nome.
Planta e Memorial Descritivo do Imóvel: Documentos técnicos que delimitam a área, assinados por um engenheiro ou arquiteto.
Declaração de testemunhas ou vizinhos: Pessoas que podem atestar o tempo e a natureza da sua posse.

Quanto custa e quanto tempo leva?

Os custos incluem honorários de advogado, taxas de cartório, impostos e o custo dos serviços técnicos (engenheiro, topógrafo). O tempo varia muito:
Processo extrajudicial (em cartório): Pode levar de 6 meses a 2 anos, dependendo da documentação.
Processo judicial: Pode levar de 2 a 10 anos ou mais, dependendo da complexidade do caso e da lentidão da justiça.


Perguntas Frequentes sobre REURB (Regularização Fundiária Urbana)

O que é REURB?

REURB é a sigla para Regularização Fundiária Urbana. É um conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais para legalizar moradias e bairros que foram construídos de forma irregular ou clandestina. O objetivo é dar ao morador o título de propriedade e, com isso, acesso a serviços e direitos que antes não tinha.

Por que a REURB é importante para o morador?

A REURB oferece segurança e dignidade. Com o título de propriedade em mãos, o morador passa a ser o dono legal do imóvel. Isso traz uma série de benefícios:
Segurança Jurídica: Ninguém pode mais tomar o terreno ou a casa. • Valorização do Imóvel: Um imóvel com documentação regular vale mais no mercado. • Acesso a Crédito: Com a escritura, é possível usar o imóvel como garantia para empréstimos ou financiamentos, por exemplo, para reformas. • Acesso a Serviços Públicos:m] Facilita a instalação de água, luz, saneamento básico e outros serviços essenciais.

Quais são as duas modalidades de REURB?

Existem duas modalidades principais, dependendo da renda dos moradores: • REURB-S (de Interesse Social): Aplicada a ocupações informais onde a maioria dos moradores é de baixa renda. Nesses casos, a responsabilidade de arcar com os custos de regularização (projetos, obras e taxas de cartório) é, na maioria das vezes, do Poder Público (prefeitura).
REURB-E (de Interesse Específico): Aplicada aos demais casos, onde os moradores não se enquadram como de baixa renda. Neste caso, os próprios moradores são responsáveis por custear todo o processo, desde os projetos até as taxas de cartório.

Como sei se meu imóvel pode ser regularizado pela REURB?

Em geral, a REURB é aplicável a núcleos urbanos informais que já existiam antes de 22 de dezembro de 2016. A prefeitura da sua cidade é a principal responsável por identificar e instaurar os processos de regularização. O primeiro passo é verificar com a prefeitura se o seu bairro ou a sua rua já está em um processo de REURB.

Quem inicia o processo de REURB?

O processo é liderado, principalmente, pela prefeitura do município. No entanto, os próprios moradores, associações de bairro, o Ministério Público e a Defensoria Pública também podem solicitar a abertura do processo.

Quais documentos preciso para participar do REURB?

Os documentos variam um pouco, mas geralmente incluem:
Documento de identificação (RG, CPF).
Comprovante de estado civil (certidão de casamento, por exemplo).
Comprovante de residência.
Documentos que comprovem a posse do imóvel (como contrato de compra e venda, recibos, comprovantes de contas de água e luz antigos).
A prefeitura fará um cadastro socioeconômico para avaliar cada família.

Quanto tempo leva o processo de REURB?

Não há um prazo fixo. O tempo pode variar muito, dependendo do tamanho do núcleo urbano, da complexidade dos problemas (ambientais, de infraestrutura) e da agilidade da prefeitura em conduzir as etapas. O processo envolve diversas fases, como levantamento topográfico, projetos de engenharia, aprovação em órgãos ambientais e o registro final em cartório.

Preciso pagar algo pelo REURB?

Isso depende da modalidade: Se for REURB-S, os custos são em grande parte arcados pelo poder público, o que significa que o morador não paga nada ou paga um valor simbólico.
Se for REURB-E, o custo total do processo é dividido entre os moradores.

O que são REURB-S e REURB-E?

REURB-S (de Interesse Social)
Público-alvo: É voltada para núcleos urbanos informais ocupados, predominantemente, por famílias de baixa renda. O critério para definir a baixa renda varia entre os municípios, mas geralmente é baseado na renda familiar mensal, que deve ser de até um determinado número de salários-mínimos.
Quem paga os custos? A grande vantagem desta modalidade é que os custos do processo de regularização (como projetos, obras de infraestrutura e taxas de cartório) são de responsabilidade do Poder Público (prefeitura, estado ou governo federal). Isso garante que famílias em situação de vulnerabilidade possam ter seus imóveis regularizados sem ter que arcar com altos custos.
Objetivo: Promover a inclusão social, o acesso à moradia digna e a cidadania, além de integrar essas áreas à cidade formal.

REURB-E (de Interesse Específico)
Público-alvo: Aplica-se aos núcleos urbanos informais que não se enquadram nos critérios de baixa renda da REURB-S. Ou seja, é para moradores que, apesar de terem suas propriedades em situação irregular, possuem condições financeiras de arcar com os custos da regularização.
Quem paga os custos? Nesta modalidade, todos os custos do processo, incluindo o projeto urbanístico, a implantação de infraestrutura e as taxas de cartório, são de responsabilidade dos próprios ocupantes. O poder público tem a função de coordenar e aprovar os projetos, mas não de custeá-los.
Objetivo: Tratar casos específicos de informalidade, levando em consideração as particularidades do local e as condições dos moradores, proporcionando segurança jurídica e valorização patrimonial.
Em resumo, a principal diferença entre as duas modalidades está na renda dos moradores e na responsabilidade pelo pagamento dos custos. A REURB-S busca ser um instrumento de política social, enquanto a REURB-E é um caminho legal para que os próprios moradores regularizem suas propriedades.